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Pimp My Carroça e Cataki mobilizam recursos para catadoras e catadores de materiais recicláveis no Rio Grande do Sul

Maio, 2024 - Catadoras e catadores de materiais recicláveis de rua, os informais, que não trabalham em associações ou cooperativas do Rio Grande do Sul estão passando por severas dificuldades, muitos estão se tornando refugiados climáticos. O Pimp My Carroça e Cataki estão em contato com pessoas da região para saber mais detalhes sobre essas milhares de pessoas que tem moradias improvisadas, estão passando por abrigos ou ocupam a rua. 

“Por meio dos cadastros de catadoras e catadores no aplicativo Cataki temos os nomes de cerca de 300 catadores que podem receber apoio e estamos encontrando as melhores formas de fazê-lo”, comenta Letícia Tavares, Diretora Executiva da organização. 

Alexandro Cardoso, liderança do Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) declarou que somente em Porto Alegre são 15 cooperativas atingidas, sendo que 6 estão inundadas. Segundo informações da liderança local, em São Leopoldo existem 5 cooperativas inundadas, em Guaíba, Região Metropolitana, mais um galpão em condições que não os permitem funcionar.  

Essas condições que estão afetando milhares de pessoas, são mais profundas para uma grande parcela destes trabalhadores informais, colocam em xeque a sobrevivência financeira de milhares de catadores. Segundo Alex Cardoso, liderança do Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) são “1500 catadores individuais, que trabalham nas ruas, que também foram afetados”.

Rosa, liderança da Cooperativa Mato Grande Canoense, de Canoas/RS, é uma das catadoras afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Em vídeo recebido pelo Pimp My Carroça, ela detalha o ocorrido: 

“A gente não sabia o que fazer, só estava preocupado em sair com muito medo da água subir ainda mais. Imaginamos que a água ia subir só um metro, mas subiu muito. É triste ver a casa toda embaixo da água, perdemos tudo em casa e o pouco que tínhamos na cooperativa. Eu nunca mais quero passar por isso”.

Vaquinha para catadores 

De forma emergencial, o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), junto com a Associação Nacional de Catadores (ANCAT) e a União Nacional de Catadores (Unicatadores) abriram uma vaquinha para ajudar catadores, de cooperativas e também individuais, autônomos, de rua. São 6 cooperativas embaixo d'água, mais de 20 fechadas e milhares de catadores, entre cooperados e individuais, autônomos, de rua, impactados diretamente. Saiba mais no site

♻️📢 Doe para catadoras e catadores pelas campanhas abaixo:

Doações @ceabomjesus - ceareciclandovidas@gmail.com

Doações @ancatnacional - solidariedadecatadores.rs@ancat.org.br

Pimp My Carroça e Cataki no Rio Grande do Sul

Centenas de catadoras e catadores, de cooperativas e das ruas, que já foram beneficiados pelas ações do Pimp My Carroça e através do aplicativo Cataki. Anitas em Porto Alegre, e Univale, em Novo Hamburgo, são duas que foram reformadas por ações recentemente. O espaço de trabalho está submerso. São mais de 20 atingidas diretamente pelas enchentes.

No aplicativo Cataki, atualmente, são mais de 350 perfis cadastrados como catadoras e catadores autônomos, além de 25 cooperativas - o aplicativo é gratuito e serve como um mapa de perfis interessados em reciclar. A organização trabalha também com um grupo do WhatsApp da região sul com 41 membros. O Pimp My Carroça e o Cataki estão ativando sua rede para entender suas demandas e articular soluções junto dessas pessoas e de organizações, empresas, mandatos e coletivos parceiros.

Impacto socioambiental de catadores no Rio Grande do Sul

Estima-se que existam entre 6 e 10 mil catadores de materiais recicláveis individuais somente em Porto Alegre. Segundo o Atlas Brasileiro da Reciclagem de 2022, em todo o Rio Grande do Sul, são 127 cooperativas, associações e outros empreendimentos que empregam 3921 cooperados que, apenas em um ano, coletaram aproximadamente 28 toneladas de plásticos, 9 toneladas de metais, 54 toneladas de papelão e 17 toneladas de vidro - mais de 108 toneladas de resíduos que deixaram de poluir o Rio Grande do Sul e geraram renda para sua população.

É imensurável o impacto socioambiental positivo, na vida de pessoas e da Terra, que o trabalho das catadoras e catadores de materiais recicláveis tem no Rio Grande do Sul e no planeta. Para ter um pouco de ideia, somente com a aproximação da quantia de resíduos declarada no Atlas da Reciclagem, o trabalho desses profissionais equivale, no mínimo, a 2 milhões de litros de água, 267 toneladas de gases de efeito estufa, 1080 árvores e 49 mil litros de petróleo. Esse cálculo foi feito na Calculadora de Impacto do Cataki, desenvolvida para fins pedagógicos com o Instituto GEA.

Galpão da Univale, em Novo Hamburgo/RS, submersa. A cooperativa participou do Pimp Nossa Cooperativa em agosto de 2023. Foto: Pimp My Carroça | @pimpmycarroca

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