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Heróis Invisíveis: Catadores são protagonistas!

Ponta de lança na Justiça Climática, categoria carrega o planeta nas costas, mas o mais pesado é a indiferença geral

São, pelo menos, 800 mil pessoas que sobrevivem da reciclagem no Brasil. Fora dos números oficiais, se falam em mais de 1 milhão de pessoas que estão envolvidas com a coleta, triagem, transporte, comercialização de resíduos sólidos.

Como grupo populacional, é composto pela demografia brasileira, maioria de mulheres e homens pretos (negros e pardos) e a imensa maioria pobre. O Racismo Ambiental é uma condição estrutural da sociedade de consumo brasileira.

Quem lida com seu lixo? Já parou para pensar? Por que os trabalhadores, tanto na ponta de extração de matérias-primas quanto na ponta do descarte estão marginalizados e deixados no trabalho informal?

São 15 bilhões de reais desperdiçados no Brasil por não reciclar resíduos que vão para o aterro sanitário. Além disso, vivemos um processo de fechamento de lixões que expõe as contradições do modo de vida capitalista.

Famílias, pessoas idosas e jovens, crescem ao redor dos resíduos, não dos produtos que são consumidos, mas das embalagens, aquilo que foi descartado e que, através da criatividade e da vivência, desenvolvem conhecimentos sustentáveis.

Cooperativas, associações, coletivos e indivíduos têm seu trabalho criminalizado, sucateado e desprezado pelo poder público e privado, que deveriam fazer cumprir leis como a PNRS, Planares e outras que prevêem o investimento na categoria.

Sujeitos são “invisibilizados” pela indiferença das pessoas, que é alimentada de diversas formas por poucos que lucram com a miséria de muitos. O Estado não cumpre suas responsabilidades e as empresas surfam no greenwashing.

A sociedade civil precisa cumprir seu papel de solidariedade para com essas pessoas. Juntos, vamos caminhar rumo um país sustentável, com menos desigualdades sociais e estilos de vida mais saudáveis para todas e todos.

Deixamos de ter agentes ambientais batendo nas portas de nossas casas e condomínios, fazendo a educação ambiental na prática e promovendo a segregação, para gastar bilhões em poucas empresas que sucateiam o serviço da Coleta Seletiva.

Manifeste o protagonismo das catadoras e dos catadores nas soluções de problemas da sua região, seja da gestão dos resíduos, logística, execução até a educação ambiental, consultorias de sustentabilidade e representação política.

Todas e todos temos muito a aprender com uma categoria diversa e popular, com organizações, cooperativas, associações, coletivos e indivíduos, com saberes necessários para que o Brasil conquiste sua democracia soberana, popular e sustentável.

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